sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Marcas do Dilúvio - III

SÁBADO, 30 DE JANEIRO DE 2010



Dando continuidade em nosso estudo sobre a veracidade ou não de um Dilúvio Universal conforme é relatado na Bíblia.
COMPARANDO OS NOMES
Mais interessante que a comparação dos números é a equiparação fonética entre os patriarcas bíblicos e os nomes que aparecem nas listagens mesopotâmicas. No capítulo anterior já fizemos uma breve referência ao nome de Adão que também aparece modificado nesses documentos. Aqui vamos nos deter em apenas duas listas (uma cuneiforme e outra de Beroso) e compará-las com o texto Bíblico. A correspondência genealógica entre elas não será, é claro, absolutamente exata. Não obstante, a semelhança entre alguns nomes é incrível!
Antes, porém, é importante mencionar que os nomes próprios geralmente provêem de raízes etimológicas que são adaptadas a um idioma derivado ou a um acento regional que os modifica. O nome Jesus que na região sul é pronunciado com um "e" mais fechado torna-se, no nordeste, Jésus (com ênfase no "e" bem mais aberto). Os americanos já pronunciam de maneira ainda mais diferenciada. Eles dizem algo como Jzeezâz com um alongamento do "e" e uma típica marcação da última vogal "u" pronunciada como se fosse um "a". Mas, em qualquer um desses três casos, a grafia pemaneceu inalterada. Todos escrevem "Jesus".
Noutros casos, a adaptação do nome pode demandar uma variação maior de letras ou de formato. Temos como exemplo o nome brasileiro "Vagner" que é uma pequena alteração - apenas na letra "V" - do alemão "Wagner" que quer dizer "construtor de vagões". Para os ingleses a alteração foi um pouco maior, "Waggoner", embora a base fonética tenha permanecido a mesma.
Nas línguas antigas o fenômeno lingüístico era o mesmo. O deus-sol, por exemplo, recebia no antigo tronco semita o nome de Shamash. Mas o acentuado sotaque hebraico fez com que o Antigo Testamento o vertesse para Shemesh como podemos encontrar em Jeremias 43:13 (5). No idioma ugarítico a mudança foi ainda maior, que sua vocalização passou a ser Shapsh. Isso esclarece a afirmação de que Adam e Adapa podem ser variações do nome de Adão.
Munidos destas informações vejamos o paralelismo lingüístico entre as listagens sumeriana, de Beroso e da Bíblia:




É claro que, como já foi dito, nem todos os nomes de patriarcas bíblicos possuem uma correspondência clara para longe de qualquer questionamento. Mesmo os especialistas mais renomados debatem entre si quanto à grafia e a correlação exata entre alguns nomes. Para alguns, Alarapus teria se corrompido e se transformado em Abel. Para outros, seria um correspondente de Sete ou até mesmo Adão.
Porém a despeito de algumas divergências, é reconhecido no mundo acadêmico que alguns pares de nomes possuem uma correspondência muito interessante que não pode ser ignorada, vejamos alguns casos:
1. AMELON, o terceiro nome que da lista de Beroso, é claramente derivado de Enmenluanna - coincidentemente, o terceiro também da lista cuneiforme. Ambas as formas parecem vir da raiz amelu, que significa "homem" em acadiano. Ora, na lista genealógica de Adão (Gen 5:6) o terceiro nome que aparece é o de Enos (no hebraico enosh), que também significa "homem".
2. AMMENON, que não parece possuir correspondente na lista cuneiforme, vem provavelmente do acadiano ummanu que quer dizer "artífice". Cainan (cuja abreviatura seria Caim) também significa "artífice" ou "aquele que trabalha com metais" - uma óbvia relação temática com o acadiano. Quanto à falta de correspondente entre esse termo e lista cuneiforme, devemos nos lembrar que a genealogia de Cristo apresentada por Lucas também acrescenta nomes que não aparecem em Gênesis 5 ou I Crônicas 1:1-4. Abreviações e omissões voluntárias de alguns nomes não são impossíveis de ocorrer no trabalho do escriba.
Onde ela está?
"Faze para ti uma arca de madeira de gôfer: farás compartimentos na arca, e a revestirás de betume por dentro e por fora.
Desta maneira a farás: o comprimento da arca será de trezentos côvados [133 ou 155 metros], a sua largura de cinqüenta [22 ou 26 metros] e a sua altura de trinta [13 ou 15 metros].
Farás na arca uma janela e lhe darás um côvado [cerca de 50 centímetros] de altura; e a porta da arca porás no seu lado; fá-la-ás com andares, baixo, segundo e terceiro." Gênesis 6.14-16
A variação dos tamanhos se deve ao fato de não se saber se a medida era em côvado mesopotâmico ou egípcio (da época de Moisés). De qualquer modo, 1 côvado corresponde a distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio.
"No sétimo mês, no dia dezessete do mês, repousou a arca sobre os montes de Ararate.
E as águas foram minguando até o décimo mês; no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes." Gênesis 8.4-5
O relato bíblico original descreve que a arca repousou sobre as "montanhas de RRT", que em hebraico é o antigo reino de Urartu (leste da atual Turquia e norte do Irã), região da antiga Armênia, mais tarde traduzido para Ararate como é conhecido até hoje. Como este nome foi herdado do antigo reino, não se pode afirmar com certeza que "montanhas de RRT" sejam a cadeia formada pelos dois montes que formam o Ararate, pois a região é recheada de montanhas altas. Aliás, o nome Ararate foi atribuído no ano de 1105.

Muitos têm ido ao famoso monte mas nada encontram além de uma grande rocha coberta pela neve que acreditam ser a arca fossilizada. Arqueólogos e aventureiros fazem excursões ao Ararate nos meses de Agosto e Setembro (época de verão na Turquia), quando a neve derrete, na esperança de colherem dados sobre o objeto com fotos e filmagens.




Uma outra história surgiu a partir de uma foto aérea em 1959, onde mostra uma formação rochosa em formato de navio, levando o governo da Turquia a aceitá-la como a verdadeira Arca estabelecendo em 20/6/1987 o Parque Nacional da Arca de Noé.
Documentário sobre a descoberta: clique.
Recentemente o canal National Geographic fez um documentário sobre o assunto:
Wesley Alfredo G. de Arruda é estudante,fascinado por Arqueologia e também pela Bíblia. Visitou diversos sítios arqueológicos no mundo como na Jordânia (Numeira e Bab Edh-ra) e no Egito (Saqqara, Giza). Também foi colaborador de um projeto de pesquisa israelense, o Temple Mount Sifting Project, localizado em Jerusalém.
Referências:
Origins, Ariel A. Roth
A Arqueologia e os Enigmas da Bíblia, Louis Frederic
Escavando a verdade, do Doutor e Pastor Rodrigo P. Silva, capítulo 7, Testemunhos do Dilúvio.
O artigo Escavando a verdade, do Teólogo Luiz Gustavo de Assis.
E a Bíblia tinha razão, de Werner Keller, com citações das descobertas de Leonard Wooley.
A História da Vida, do jornalista Michelson Borges, capítulo 6, pags. 144 a 146.
Ciência da Criação – Hugo Hoffmann
Arqueologia e Escatologia Bíblica – A Arca de Noé

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