domingo, 30 de outubro de 2011

Qual é o Segredo da Morte?


10/10/2011



Um conhecido meu, na hora do almoço, leu uma carta que tinha acabado de receber, e dizia: “Assim, subitamente a enfermidade se agravou a tal ponto que os médicos admitiram que nada mais podiam fazer em seu favor. Duas semanas depois ele morreu…” Neste momento a sua filhinha de 4 anos de idade, levantou os olhos e interrompeu: “Papai, que é morte?” Esta pequena não conhecia o significado de morte. O pai ficou tão perplexo que não sabia como responder. Ele ficou pensando, pensando, e não encontrava resposta para sua querida filhinha.

Como vocês teriam respondido a esta pergunta? Como eu a teria respondido? Sei que vocês vieram aqui com à confiança de que este problema seria resolvido. Tenho que confessar que por minha própria experiência não sei o que acontece ao homem depois da morte. A razão é simples. Nunca morri e nunca ressuscitei para dizer o que acontece na morte. Pessoa alguma, por experiência própria, pode dizer a sua posteridade o que sucede após a morte.

Algumas Crenças Sobre o Após Morte

Há muitas doutrinas pagãs e cristãs sobre o que acontece à pessoa depois da morte. A maioria morre sem uma bendita esperança; milhares temem em face da morte, porque ignoram a verdade confortadora sobre o assunto. Muitos crêem que após a morte alguns são levados diretamente para o Céu e outros são enviados para o sofrimento eterno no fogo do inferno. Outros ainda crêem que a pessoa que cometeu apenas pecados venais durante a vida, tem de passar algum tempo primeiro pelo purgatório antes de fazer sua jornada para o Céu.

Alguns ensinam que na morte, embora o corpo se decomponha na terra, as almas imortais vão para o Céu, para serem então reunidas ao corpo no fim do mundo. Outros ensinam, especialmente no Oriente, a doutrina da reencarnação. Alguns vão tão longe a ponto de dizer que se o homem comia carne, reencarnará no tipo de animal cuja carne comia.
Aqueles que já estiveram na ilha de Formosa, no Oriente, sabem que ali há pessoas que têm o costume, durante os funerais, de lançar para o ar imitações de notas de dólar. Fazem isto durante todo o trajeto da casa ao cemitério, com o objetivo de despistar e enganar o diabo. A idéia é que o diabo está ansioso por dinheiro, e enquanto ele está ocupado em todas as direções a apanhar o dinheiro que lançam para o ar, não vê onde enterraram o morto, e não pode atormentá-lo no além.

A Bíblia, Única Autoridade Sobre o Assunto

A questão da morte não é assunto de ciência, mas de filosofia e de revelação divina. Mas a filosofia não é infalível, porque é especulação. Portanto, a única fonte infalível da verdade sobre a morte é a Bíblia. Se vocês aceitam a Bíblia como a segura fonte da verdade, não ficarão confundidos sobre a revelação de Deus concernente a este assunto. Sim, a Santa Escritura possui a beleza da verdade.

Em Prov. 30:5, lemos: “Cada palavra de Deus é comprovadamente pura; ele é um escudo para quem nele se refugia.”

Nosso Senhor Jesus diz em S. João 17:17 – “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”

Portanto, não pode haver erro, nem engano, nem mentira na Santa Bíblia. Em Apoc. 22:18 e 19 é pronunciado um ai sobre os que tentam subtrair ou acrescentar alguma coisa aos ensinos da Palavra de Deus. Em II Tim. 3:15-17 nos é dito que toda a Escritura é dada por inspiração de Deus e é proveitosa para ensinar, para corrigir, para instruir, etc Portanto, meus amigos, podemos aceitar a Bíblia, pois foi dada por inspiração divina, para que o filho de Deus seja perfeito em tudo.

A Criação do Homem

Para compreendermos o que acontece ao homem depois da morte, precisamos considerar primeiro como foi o homem criado e como recebeu vida.

Em Gênesis 2:7 temos o relato da criação do homem: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”

O texto diz que Deus, como Artista por excelência, formou um belo homem do pó da terra. Está cientificamente provado este fato, porque quando o homem morre, retorna ao pó. Os elementos do corpo humano na morte são os mesmos da terra.

Deus criou o homem segundo à Sua própria imagem. Ele o fez perfeito e belo. Fez o cérebro, o coração, os vasos sangüíneos, os pulmões, os rins, o fígado, etc., mas o corpo ainda não tinha vida. Então Deus soprou em seus narizes “o fôlego da vida”, que em tradução literal da palavra hebraica NEFESH significa que Ele soprou em seus narizes o espírito, ou ar. Todo ser humano vive porque há em si o espírito de vida. Desde o momento que deixa de respirar o espírito de vida, morre.

Notem agora as seguintes palavras do mesmo texto: havendo Deus soprado nos narizes de Adão o fôlego de vida, ou espírito, ele se tornou “alma vivente”. Em outras palavras, a união do corpo e do espírito deu como resultado a alma. Deus não criou uma entidade diferente chamada alma, como alguns crêem. Muitos supõem que quando a criança nasce, Deus lhe outorga uma alma imortal. Mas isto não é verdade. Deus formou o homem do pó da terra, soprou em suas narinas o fôlego da vida, e como resultado o coração começou a bater, o sangue a circular, e o homem adquiriu vida, tornando-se uma alma vivente.

“Espírito” significa em primeiro lugar “fôlego da vida”, essa centelha vital, impessoal, que vem de Deus, e que em conjunção com o corpo produz todos os fenômenos vitais de um ser vivente. Portanto o homem, pela união do corpo com o espírito, se converteu numa alma. A palavra “alma” vem do grego PSYCHE. Por alma deve ser entendidos os instintos naturais, as afeições do coração e as faculdades mentais, como o funcionamento de um intelecto superior, a consciência, o poder da razão de discernir entre o bem e o mal, etc. A alma é pois o senso de existência de uma pessoa, como o expressou Descartes, quando disse: “Penso, logo, existo.”

Mas tudo isto se extingue com a morte. A alma não é outra entidade que sobrevive ao corpo. Ela não é mais que o produto da união do espírito com o corpo.

Vejamos o que acontece com o homem quando morre, segundo o que nos diz o livro de Eclesiastes 12:7 – “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.”

Leiamos em combinação com este passo, Salmo 146:4 – “Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.”

Ilustremos isto. Suponhamos que tenho aqui na plataforma madeira e pregos. Eu tomo a madeira e os pregos e os ajunto formando uma caixa. Como veio a caixa à existência? Pela união dos pregos e da madeira. Agora façamos o processo inverso. Tomo a caixa e separo os pregos da madeira. Que tenho então? Simplesmente madeira de um lado, e pregos do outro; mas isto já não é uma caixa. Ora, o mesmo com respeito ao homem. A alma desaparece tal como a caixa separada dos pregos.

Quando o homem morre, para onde vai o espírito, essa centelha vital impessoal que havia em seus narizes? Volta para Deus, de onde veio no início. O corpo retorna ao pó da terra, mas que aconteceu com a alma? Cessou de existir, da mesma maneira que a caixa perdeu sua existência ao ser separada a madeira dos pregos.

A Origem da Doutrina da Imortalidade Inerente

A despeito dos claros ensinos das Escrituras há muitos hoje que dizem possuirmos uma alma imortal. Querem saber de onde veio esta idéia? Encontramos a história em Gênesis 2 e 3.

(Gên. 2:16 e 17) – “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”

“Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: “Foi isto mesmo que Deus disse: “Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim”? Respondeu a mulher à serpente: Podemos comer do fruto das árvores do jardim, mas Deus disse: “Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês morrerão”. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrerão!” (Gênesis 3:1-4).

Encontramos aqui duas afirmações opostas e contraditórias, uma feita por Deus e a outra por Satanás. Deus havia dito que se o homem desobedecesse morreria. O diabo se aproximou mais tarde e disse que Deus era mentiroso; que o homem poderia comer livremente da árvore proibida e jamais morreria.

Satanás até o presente faz a mesma afirmação, levando o povo a crer que a morte na verdade não existe. Conquanto não possa negar a morte do corpo, porque é evidente, ele inventou uma infinidade de doutrinas para satisfazer ao gosto das multidões.

Imortalidade

Satanás, para diminuir o ensino da Palavra de Deus de que o homem está sujeito à morte, produziu a doutrina antibíblica de que o homem tem uma alma imortal, um espírito imortal. Ora, as palavras “alma” e “espírito” encontram-se na Bíblica cerca de 1700 vezes. Mas notem o fato de que nem uma só vez encontramos a palavra “imortal” ou “imortalidade” unida ou aplicada a espírito ou alma. No Velho Testamento a palavra “imortal” nem sequer aparece. No Novo Testamento encontramos a palavra “‘imortal” ou “imortalidade”, apenas cinco vezes, mas nem uma só aplicada à alma ou espírito implicando que sejam imortais.

Vejamos o que diz o Novo Testamento sobre imortalidade:

(I Tim. 6:15 e 16): “Ele é o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que é imortal e habita em luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver. A ele sejam honra e poder para sempre. Amém.”

A Palavra inspirada assevera que somente Deus possui a imortalidade. Vejamos o que diz a divina revelação sobre a imortalidade em relação ao homem. Leia:

(Rom. 2:6-7): “retribuirá a cada um segundo as suas obras; a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, e honra e incorrupção.”

Ninguém busca, evidentemente, aquilo que já tem. Este texto claramente indica que durante a vida o cristão paciente e continuamente busca imortalidade e vida eterna, que é sinônimo de imortalidade.

Lembro-me de quando era pequeno e minha mãe me enviou ao armazém próximo para comprar alguma coisa. Ela tomou o dinheiro e o pôs na mão, fechou minha mão fortemente contra o dinheiro e colocou minha mão no bolso para que eu não perdesse o dinheiro. Assim com a mão bem fechada fui pela rua. De súbito senti que havia perdido o dinheiro. Procurei-o desesperadamente, e me pus a chorar desconsolado porque não o encontrava. Estava nessa situação, quando uma senhora me observou e veio em meu auxílio. Ela me perguntou o que havia acontecido.

Contei-lhe minha desventura. Ela caminhou comigo pelo trajeto que eu fizera, mas não encontrou o dinheiro. Então ela viu que eu tinha a mão fortemente fechada. “Por que está com a mão fechada? Abra-a”, ela ordenou. Eu abri a mão, e eis que o dinheiro ali estava. Eu pensava que o havia perdido, mas não o perdera. Na minha idade, seis anos eu estava sendo um tolo em procurar aquilo que não havia perdido.

Mas, não nos enganemos, o homem não possui imortalidade inerente, e deve portanto buscá-la.

Outra prova de que o homem não possui imortalidade em si é o texto mais amado de toda a Bíblia:

(S. João 3:16): “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Se o homem possuí uma alma imortal, então não há possibilidade de que ele pereça.

O próximo texto referente à imortalidade é muito importante:

(II Tim. 1:10): “… nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho”

Este texto prova que nosso Senhor Jesus Cristo não precisava morrer por nós na cruz, se não houvesse esperança de imortalidade para nós. A imortalidade é um dom da cruz.

A Alma Pode Morrer

O profeta Ezequiel escreveu a seguinte afirmação:

(Ezeq. 18:4): “Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.”

Aqui está positivamente dito que a alma que pecar, morrerá. Logo a alma morre, isto é, não é imortal. Leiamos outro texto do Novo Testamento, que se encontra em:

S. Tiago 5:20 – “sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados.”

Este passo claramente afirma que quem salva uma alma para Cristo, salvou essa alma da morte. Isto significa que a alma, que representa a personalidade do indivíduo, sua capacidade de pensar e sentir, cessa de existir na morte. O próprio Jesus confirmou a mesma categórica verdade:

(S. Mat. 10:28): “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”

A alma perece como a caixa quando separei os pregos da madeira.

É o que se pode ver de Salmo 146:2-4 – “Louvarei ao SENHOR durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver. Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.”

Vejamos também Eclesiastes 9:5, 6 e 10 – “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”

A Escritura sustenta que quando o espírito, a centelha impessoal de vida, deixa o corpo, retorna a Deus que o deu. O corpo volta ao pó de onde veio. Nesse mesmo momento “perecem os seus pensamentos” – sua consciência de ser. Afirma mesmo que a memória ficou entregue ao esquecimento. Nenhum conhecimento têm de coisa alguma que se faz debaixo do Sol. Seu amor, ódio, inveja, tudo pereceu.

O Salmo 6:5 acrescenta que não há tal coisa como alma consciente, imortal, após a morte: “Pois, na morte, não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor?”

Como vocês podem ver, o texto afirma enfaticamente que não há lembrança, nem mesmo de Deus, após a morte. Tudo pereceu na esfera do intelecto ou das afeições. A pessoa nada sabe. Portanto o morto não pode aparecer ou se revelar a parentes e amigos, após a morte. Esta é a mais bela e confortante verdade.

Suponhamos que um esposo e pai morra, e sua parte consciente, a alma, sendo imortal, como alguns erroneamente crêem, sobreviva e ascenda ao Céu, e dali testemunhe as lutas e pobreza e perplexidades de seus amados que ficaram na Terra. Acham vocês que o Céu seria dessa forma um lugar de alegria para tal pessoa?

Suponham que uma mulher morra e, possuindo uma alma imortal, como dizem alguns, veja do Céu sua filha que, seis meses após sua morte casou-se com um homem mau que a maltrata cruelmente de todas as formas. A filha vive em desespero. A mãe testemunha tudo do Céu e nada pode fazer para socorrê-la. Não seria isto mais inferno que Céu? Deus proveu o Céu como um lugar de alegria, e por isto todos os seres humanos vão para a sepultura após a morte, onde dormem até o dia da ressurreição.

A Morte é um Sono

Ouçamos as confortantes palavras de Jesus com respeito à morte:

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (S. João 3:36)

Aqui nos é dito que quem crê no Senhor tem a vida eterna. O que significa que só em Cristo há imortalidade para o ser humano. Os versos seguintes indicam claramente que os fiéis crentes terão a imortalidade na ressurreição, quando os maus serão condenados e destruídos:

S. João 5:28 e 29: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.

Notem a seguinte afirmação de Deus:

S. João 14:1-3: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.”

É-nos dito que Cristo virá outra vez ao mundo. Para que fim? Para nos levar para as mansões eternas onde Ele vive. Se os bons vão para o Céu imediatamente após a morte, e os ímpios diretamente para o inferno, então a ressurreição dos mortos não teria lugar na Volta de Cristo, pois já os mortos teriam recebido sua herança eterna ou eterna condenação.

O fato de que Cristo vem para o fim expresso de levar os fiéis para as mansões eternas, indica que eles permanecem na tumba após a morte, em estado de inconsciência, até a ressurreição. Paulo esclarece de maneira muito tocante este ponto em:

I Tess. 4:14-18 – “Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.”

Aqui S. Paulo afirma que o haver Cristo morrido e ressuscitado, é para nós garantia de que Ele tem poder para nos ressuscitar no último dia.

O profeta Ezequiel dá-nos um vislumbre do que será a ressurreição dos corpos quando nosso Senhor Jesus Cristo descer do Céu para chamar à vida os que dormem no pó da terra:

Ezeq. 37:7-9 e 14: “Então, profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito. Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.” “Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR.”

Podem notar que a ressurreição dos mortos será similar à criação do homem no princípio. Com a união do corpo e do espírito, são feitos almas viventes, o que significa que estão conscientes de sua existência, estão cônscios de que são seres morais, responsáveis ante o Criador.

Só haverá uma diferença entre a criação do homem no princípio e a ressurreição dos santos: o homem no princípio foi criado com imortalidade condicional. Se ele fosse fiel quando a tentação lhe sobreviesse, ficaria imortal para vida eterna. Mas na ressurreição dos santos estes terão a imortalidade que lhes será então outorgada por Deus.

A razão porque o homem foi criado com imortalidade condicional, é esta: Se o homem tivesse sido criado imortal e então se rebelado contra Deus, Deus não poderia destruí-lo, o que significaria a impiedade para sempre no Universo. A Bíblia, em Apocalipse 20, diz que quando os ímpios forem ressuscitados para sua condenação, serão destruídos no lago de fogo. E no verso 14 é visto ser isto a segunda morte. Cito:

(Apoc. 20:14): “Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.”

Em Malaquias lemos:

Mal. 4:1: “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.”

Então, falando a respeito dos santos, ele continua:

Mal. 4:3 : “Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos.”

Graças a Deus por esta maravilhosa doutrina da imortalidade condicional que promete um Universo livre da mancha do pecado e da impiedade.

Então, onde estão agora todos os grandes santos do passado, como S. Pedro, S. Paulo e S. João? Segundo a Santa Bíblia estão repousando nos seus sepulcros até o último dia.

Aqui está a prova. S. Paulo, escrevendo sobre sua próxima morte e futura ressurreição, diz:

II Tim. 4:7-8 : “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”

Quando S. Paulo esperava receber a coroa da justiça? “Naquele dia”, juntamente com os demais que amassem a Vinda de Cristo. S. Paulo torna este ponto ainda mais claro na primeira epístola aos Coríntios.

I Coríntios cap. 15:51-54 – “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.”

O Senhor compara a morte a um sono do qual os justos despertarão pela voz poderosa de Deus como o potente som de uma trombeta. S. Paulo afirma que duas grandes mudanças ocorrerão na ressurreição. Primeiro, os santos que morreram, porque eram mortais, ressuscitarão como seres imortais. Isto significa que não poderão morrer nunca mais. Segundo, embora descessem à sepultura como seres corruptíveis, ressuscitarão incorruptíveis. Podeis ver que a imortalidade e incorrupção são dons de Deus, que Ele concede aos santos no glorioso dia da ressurreição. Um cristão que vive uma vida cristã consistente, pela fé, pode desde já ter a esperança da imortalidade que lhe será concedida no dia da ressurreição.

Advertência Divina

A falsa doutrina da imortalidade inerente foi a primeira soprada pelo diabo. Assim como enganou Adão e Eva no início, também o faz hoje.

O apóstolo S. Paulo diz em: II Cor. 11:3 – “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.”

O mesmo apóstolo admoesta:

Col. 2:8: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo”

Devemos estar alertas, como o apóstolo admoesta, para não sermos feitos presas de filosofias e tradições humanas com respeito à verdade. A doutrina da imortalidade natural da alma é de origem satânica e pagã. Aristóteles foi seu moderno originador. Ele não era judeu ou cristão, mas famoso filósofo grego. Mas Santo Agostinho, bispo de Hipona, Norte da África, quinto século, considerava-o como um dos mais sábios homens do mundo, e cativo de seus argumentos da imortalidade da alma, introduziu a doutrina na igreja sem tomar em consideração que ela está em completa contradição com os claros ensinos das Escrituras.

A Morte de Lázaro

Outro exemplo muito frisante do que acontece ao homem na morte, temos no caso de Lázaro de Betânia, amigo de Jesus, o qual morreu quando Jesus estava fazendo uma viagem missionária. Ao Lhe vir a notícia da morte de Lázaro, Jesus disse a Seus discípulos:

S. João 11:11: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo.”

Os discípulos pensaram que Jesus falava do sono natural; mas Jesus então lhes disse claramente: “Lázaro morreu.” Verso 14. Posteriormente Ele Se encontrou com Marta, irmã de Lázaro, e disse-lhe: “Teu irmão há de ressuscitar.” Verso 23. Marta disse que sabia que seu irmão haveria de ressuscitar na ressurreição do último dia. (Verso 24.) Ela conhecia bem a doutrina da ressurreição. Mas Jesus estava prestes a realizar um milagre especial para demonstrar a todos os homens que tinha poder para ressuscitar os mortos “no último dia”. A resposta de Jesus a Marta foi:

(Verso 25): “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”

Pouco depois vieram à tumba, e Jesus disse:

Verso 39-44: “Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.”

Lázaro era, certamente, um justo. Se não o fosse Jesus não teria considerado como o mais íntimo amigo, em cuja casa passava dias de repouso durante o Seu ministério.

Ora, Cristo não clamou aos Céus e pediu que um anjo trouxesse de volta ao corpo a alma de Lázaro, mas simplesmente disse: “Lázaro, vem para fora!” Se Lázaro estivesse naqueles quatro dias desfrutando as bem-aventuranças do Céu, então o Senhor lhe teria prestado um grande mal, tirando-o do Céu para trazê-lo de volta a esta Terra pecaminosa. Esta é outra prova de que quando o homem morre, ele repousa na tumba, esperando o dia da ressurreição.

Não Há Reencarnação

S. Paulo revela em Heb. 9:27 e 28 – “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.”

Aqui, amigos, está claramente indicado que o homem morrerá apenas uma vez, e ficará na sepultura até o tempo em que Cristo aparecerá pela segunda vez para a salvação, ou dia do juízo. Isto exclui, primeiro, a errônea crença de que o homem vai para o Céu, se justo, ou para o inferno, se ímpio, quando de sua morte. O juízo não se dá após a morte, mas o Senhor deseja, quando vier, recompensar a cada um segundo as suas obras.

Segundo, de maneira definida fica afastada a idéia de reencarnação e transmigração das almas. A Bíblia diz que o homem nasce apenas uma vez e uma vez morre, seguindo-se o juízo. O homem não precisa assustar-se com a idéia pagã e satânica da reencarnação.

Conclusão

Faz alguns anos, um famoso arqueólogo, fazendo escavações no Egito, encontrou a múmia de um Egípcio que tinha morrido no segundo século antes da era cristã. Ao desenrolar o envoltório que cobria a múmia, impregnado com elementos químicos, encontrou na mão direita da múmia o bulbo de uma planta. Estava praticamente seco, pois tinha mais de 2000 anos. Mas o arqueólogo ficou intrigado com o bulbo. Disse consigo: “Vejamos se a centelha de vida do bulbo ainda existe depois de séculos.”

Voltou para casa, plantou o bulbo cuidadosamente num local onde batia sol até à tarde, e não se esqueceu de fertilizar o terreno, tomando em fim todas medidas necessárias. Diariamente o regou. Que aconteceu? Pouco depois de uma semana, os primeiros brotos começaram a aparecer, e duas semanas depois surgiu uma bela planta, e depois da planta uma linda tulipa. Depois de 2000 anos ainda havia a centelha vital. Assim será com cada alma que morreu em Cristo.

Leiamos de novo:

S. João 3:36 – “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”

S. João 6:40 – “De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.”

Sim, mais uma vez nos lembramos de que quem tem a Cristo tem a vida eterna, e o Senhor o ressuscitará no último dia. A morte do cristão é apenas um sono, até o dia em que será chamado à imortalidade, para ser conforme o glorioso corpo do Senhor, segundo nos diz em:

Fil. 3:20 e 21 – “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.”

É maravilhoso viver a vida presente e buscar a imortalidade. Esta bendita esperança faz-nos amar a Jesus cada vez mais. É maravilhoso e confiante experiência morrer na velhice com a certeza da ressurreição, quando a imortalidade e incorrupção serão nosso galardão na Terra renovada.

Deus os abençoe ao buscarem a “imortalidade”.

Pr. Walter Schubert

O Segredo da Morte







 Como foi criado o homem? Mortal ou imortal? O que é morte? Essas e outras perguntas serão respondidas no estudo de hoje.
Gênesis 2 versículo 7 diz que o “Senhor Deus formou o homem do pó da Terra.” O homem, de acordo com a ciência e a Bíblia, é composto dos elementos que encontramos na terra: oxigênio, fósforo, cloro, flúor, cálcio, ferro, magnésio, potássio, manganês. Mas, se juntássemos todos esses elementos nas devidas proporções, pensando obter como resultado um homem, não seríamos bem sucedidos. Sabe por quê? Porque faltaria algo mais, algo que só Deus pode dar. Leiamos agora todo o versículo 7 de Gênesis capítulo 2: “Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente.”
Note bem: a Bíblia não diz que o homem recebeu uma alma, mas diz que “passou a ser alma vivente”. A vida brotou de Deus e passou para o corpo sem vida do homem e ele se tornou um ser vivente. De acordo com Gênesis 2:7, poderíamos dizer que Deus pegou o pó da terra (corpo sem vida) mais o fôlego da vida (o sopro de Deus) e dessa soma resultou a alma vivente, o ser vivo.
O homem agora tem um corpo, inteligência, mente para raciocinar, consciência e vontade. Tem personalidade e caráter – é uma pessoa. Enquanto ele tiver esse fôlego de vida, é uma alma, um ser vivente.
Gênesis 2:16 e 17 relata: “E Deus lhes deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que ela comeres, certamente morrerás.”
Este mandamento era um ponto de prova. E era uma prova fácil. Mas o homem falhou nessa pequena prova, dando crédito às palavras de Satanás que mentiu dizendo que Adão e Eva não iriam morrer. Gênesis 3:4.
Deus não criou o homem imortal, mas candidato à imortalidade que lhe seria dada após a prova da obediência. Romanos 5:12 é muito claro: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”
Perceba que por causa do pecado o homem ficou sujeito à morte. Logo após terem desobedecido a Deus, Adão e Eva foram expulsos do paraíso para que não comessem do fruto da árvore da vida e vivessem eternamente. Gênesis 3:23 e 24.
Então, o que é morte? A morte é o contrário da vida. É a cessação da vida. É o ser vivo (alma vivente) menos o fôlego de vida (o sopro de Deus), igual ao pó da terra (corpo sem vida). “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.” Eclesiastes 12:7.
A palavra “espírito”, usada neste verso, é traduzida como “fôlego da vida” em Eclesiastes 3:19. Ela vem da palavra hebraica RUACH, que quer dizer “alento”, “fôlego”, “respiração”.
Quando a energia vital de Deus não age mais no organismo humano, este morre. Seu sistema nervoso e sua mente não funcionam mais. Aquele que em vida era um ser humano, uma alma vivente, na morte não é mais do que um cadáver. O corpo volta ao pó e o fôlego da vida retorna a Deus. O Criador apenas retira do homem a vida que lhe havia sido emprestada ao nascer.
E os mortos, sabem de alguma coisa? A Bíblia é claríssima ao responder: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. … não tem eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Eclesiastes 9:5 e 6. No Salmo 115 versículo 17 lemos: “Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à sepultura.” Se os mortos estivessem no Céu, certamente louvariam a Deus; mas este texto declara que eles partiram para o silêncio, a sepultura.
Quando Jesus ressuscitou ao terceiro dia, disse a Maria: “Não me detenhas; porque ainda não subi para Meu Pai…” João 20:17. Jesus morreu, Seu corpo ficou descansando na sepultura. Aliás, Jesus e a Bíblia comparam a morte a um sono. João 11:11. Na Bíblia, a morte é chamada de “sono” 54 vezes. A morte é um sono sem sonhos, no qual não temos consciência de nada.
E os mortos, acordarão desse sono, ressuscitarão um dia? A Bíblia garante que sim.
Jesus disse que Ele é a ressurreição e a vida. Aquele que crê nEle, ainda que morra, viverá. João 11:25. E disse mais: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão: os que tiverem feito o Bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” João 5:28 e 29.
Os mortos voltarão à existência mediante a ressurreição. A ressurreição é uma nova criação do homem. Se não houvesse ressurreição, não haveria esperança para os mortos A Bíblia garante: “Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé… e os que dormiram (morreram) em Cristo pereceram.” (Primeira carta de Paulo aos coríntios, capítulo 15 versículos 16 a 18).
A ressurreição dos justos acontecerá por ocasião da segunda vinda de Cristo. São do apóstolo Paulo estas palavras: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.” (Primeira carta aos tessalonicenses, capítulo 4 versículos 13, 16 e 18). Esta é a esperança do cristão diante da morte.
E quando o homem receberá o dom da imortalidade? Paulo responde: “A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.” (Primeira carta aos coríntios, capítulo 15 versículos 52 e 53).
Na segunda vinda de Cristo os justos – tanto os que estiverem vivos como os que hão de ressuscitar – receberão o almejado bem da imortalidade. O corpo mortal será revestido da imortalidade. Hoje o homem não é imortal. Mas pela fé poderá conseguir a imortalidade, através do Filho de Deus, no Seu segundo aparecimento. Na segunda carta de Paulo a Timóteo, capítulo 1 versículo 10, encontramos essa garantia: “E manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho.”
Não esqueça, querido amigo: “Aquele que tem o Filho (Jesus), tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (Primeira carta de João, capítulo 5 versículo 12).
O Senhor Jesus é o Autor da vida: a Bíblia diz que “a vida estava nEle” (João 1:4). Ele é também o Salvador do homem. Tem o poder de renovar espiritualmente a vida do pecador, se este escolher o caminho da vida – escolher servir ao Senhor.
É Jesus o teu Salvador pessoal? Se não, aceite-O hoje, agora, e aguarde a eternidade na companhia dEle e dos salvos de todos os tempos.
Pr. Montano de Barros

(Série Espiritismo) – O Segundo Pilar do Espiritismo: O Estado do Homem Após a Morte – Refutado!









No livro O Céu e o Inferno, capítulo 2, Allan Kardec disse que os espíritas “sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade”. (Grifo acrescentado).
Será que esse posicionamento dele é o mesmo da Bíblia? É sobre isso que estudaremos hoje. Esse assunto fará toda a diferença em sua vida espiritual amigo leitor, pois, poderá livrá-lo de um dos maiores enganos nesses últimos dias: o de que o ser humano é imortal naturalmente sem estar ao lado de Deus e comendo da árvore da vida.
1) Qual a foi a maior tragédia que o pecado trouxe para a humanidade? Romanos 6:23 (primeira parte).
Resposta: a morte do pecador.
2) Depois que Adão e Eva desobedeceram a Deus, qual foi a primeira atitude do Criador. Por que o Senhor tomou essa decisão? Gênesis 3:22, 23.
Resposta: Tirou-lhes o acesso à árvore da vida. Fez isso porque, se continuassem comendo do fruto, seriam pecadores imortais e, consequentemente, o sofrimento seria eterno.
Nota: Se HOJE o ser humano NÃO TEM ACESSSO à árvore da vida, isso significa que não somos imortais até o dia em que Jesus voltar e nos levar para o Céu (João 14:1-3) para comeremos novamente do fruto da árvore que se encontra no paraíso de Deus (Apocalipse 2:7).
3) Somente quem é imortal? 1 Timóteo 6:15, 16.
Resposta: Deus. As demais criaturas só podem ter vida se estiverem ligadas a Ele.
4) Se o ser humano não tem acesso à árvore da vida e só Deus é imortal, para onde vai a “alma” após a morte? O que é alma? Ezequiel 18:4; compare com Deuteronômio 10:22.
Resposta: A alma morre porque alma é a pessoa viva e não é uma “entidade imaterial” que sobrevive fora do corpo. A “alma” – o pessoa – vai para o pós da terra de acordo com Gênesis 3:19 e Eclesiastes 3:20. (Não vai para o Céu, inferno, purgatório ou para outro corpo a fim de reencarnar).
5) Então, o que Gênesis 35:18 quer dizer quando afirma que “sai a alma” de Raquel depois da morte dela?
Resposta: O termo “alma” pode ser traduzido de várias maneiras nas Escrituras. Precisamos analisar o contexto do verso para obtermos o melhor significado e jamais os conceitos gregos para a palavra!
Quando lemos a Bíblia na Nova Versão Internacional percebemos que o termo “alma” já foi corretamente traduzido por vida (inclusive no texto de 1 Reis 17:21, 22, malcompreendido por muitos). Veja com o texto foi traduzido: “Já a ponto de sair-lhe a vida, quando estava morrendo…”
Portanto, a palavra “alma” em Gênesis 35:18 se refere à vida.
6) O que é o “espírito”? Gênesis 2:7; Eclesiastes 12:7.
Resposta: Alguns significados para as palavras hebraicas e grega utilizadas para se referir ao “espírito” (ruach, neshamah [hebraico] e pneuma [grego] são: “vento”, “ar”. Em Gênesis 2:7 aparece a expressão “fôlego de vida”, que é o mesmo que espírito. Portanto, espírito é o fôlego de vida que Deus colocou em cada ser humano. O princípio vital do Criador que mantém-nos vivos.
7) Algumas evidências de que o ser humano deixa de existir depois da morte:
a) Perda do acesso à árvore da vida – Gênesis 3:22 e 23;
b) Necessidade de comer desta árvore novamente, NO FUTURO, para preservar a imortalidade – Apocalipse 22:2;
c) Perda da consciência na morte – Eclesiastes 9:5, 6 e 10 – compare com o Salmo 88:10-12; Salmo 115:17 e 146:4.
d) Impossibilidade de adquirir conhecimento e sabedoria enquanto estiver morto – Jó 4:21 (se a pessoa estivesse no Céu ou noutra dimensão espiritual, aprenderia muito mais que qualquer pessoa aqui da Terra…);
e) Impossibilidade de adorar a Deus – Salmo 6:5 (se o “espírito” estivesse no Céu, o que mais faria seria adorar a Deus!)
f) Necessidade de passar pelo processo de santificação, uma preparação diária para a eternidade – Hebreus 12:14; Romanos 2:7;
g) Necessidade de uma ressurreição para voltar à vida – Isaías 26:19; 1 Tessalonicenses 4:13-17;
h) Os autores bíblicos, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, comparam a morte a um sono, sem sonhos. Eis alguns deles:
(1) Davi – Salmo 13:3;
(2) Isaías – Isaías 26:19;
(3) Jeremias – Jeremias 51:39 e 57;
(4) Daniel – Daniel 12:2;
(5) Paulo – 1 Coríntios 15:16-18; 1 Tessalonicenses 4:13, etc.
8. Para Jesus, o que a pessoa morta está fazendo neste momento? João 11:11-14
Resposta: Para o Senhor Jesus Cristo, a pessoa morta está dormindo.
9) De acordo com 1 Tessalonicenses 4:18, as pessoas que perderam um ente querido devem ser consoladas com o ensino da reencarnação?
Resposta: Não! Devem ser confortadas com a crença na doutrina da ressurreição.
10) O que é Ressurreição? Daniel 12:2; 1 Coríntios 15:50-55
Resposta: Ressurgir do pó da Terra com o corpo transformado.
11) Quando será a Ressurreição? Daniel 12:13; João 6:40 e 54; 1Tessalonicenses 4:13-18
Resposta: No último dia, momento em que Jesus vai voltar.
12) O que devemos fazer para ganharmos a vida eterna? João 5:24.
Resposta: Crer em Deus e aceitar todos os ensinos de Jesus Cristo – inclusive a respeito do que acontece depois da morte!
Convite: “Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” João 11:25.
Minha oração: “Senhor: Agradeço-lhe por saber que a morte não é o fim de tudo e que um dia poderei encontrar os meus queridos quando Jesus voltar e os ressuscitar. Prepara-me para o encontro com o Senhor nas nuvens do Céu e me dê a alegria de rever na eternidade as pessoas que amo. Obrigado por essa esperança!”

Depois da Morte

A ansiedade pela vida eterna é tão antiga quanto a raça. Evidência disso nos dá o “Livro dos Mortos”que os antigos egípcios depositavam nos sarcófagos de seus mortos como uma espécie de passaporte para o além. O livro completo teria cerca de 150 capítulos, mas as cópias existentes
raramente são completas. O texto, geralmente em bela escrita hieroglífica, contém ilustrações fascinantes, e representa preces, confissões e encantamentos que visam a persuadir ou subornar os guardiães do além a admitirem o morto à bem-aventurança
eterna. A cena mais conhecida é a da pesagem do coração pelo deus Anúbis. O coração é representado num prato da balança e no outro uma pena, que simbolizava a justiça, enquanto o deus-escriba,



 Thoth, anota o resultado do julgamento. Outra ilustração mostra o deus Hórus apresentando o defunto justificado perante Osíris, o deus dos mortos. Nenhuma despesa
era poupada pelos mais abastados para preservar o corpo de desintegração por embalsamamento, sendo a múmia então
depositada numa capela funerária, onde ofertas de alimentos eram trazidas piedosamente, e preces oferecidas.
A verdade, porém, é que os antigos egípcios tateavam nas trevas, sem certeza alguma de que suas esperanças pudessem realizar-se.



Somente com a vinda de cristo a este mundo é que o mistério impenetrável da morte foi quebrado. Tudo se transformou com o aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho. O que antes era uma vaga esperança acalentada pelos mortais, tornou-se agora uma certeza triunfante, porque Cristo, pela Sua ressurreição, triunfou sobre a morte e o túmulo.
Com esta breve introdução, propomo-nos examinar alguns outros aspectos da doutrina bíblica aqui defendida de que ninguém vai ao Céu por ocasião da morte, mas devem todos aguardar a ressurreição do último dia. Para não cansar ao leitor, e dar oportunidade a que as objeções sejam ouvidas, estudaremos o assunto na forma de perguntas e respostas.
Objeções e Respostas
Se é verdade que ninguém vai ao céu por ocasião da morte, por que teria Paulo declarado certa vez: “Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor…Entretanto estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor”? Não diz Paulo, textualmente, que preferia deixar a presente existência e habitar com Cristo?
Lembremo-nos de que, nessa carta, Paulo não pode contradizer o que disse na primeira carta aos Coríntios, escrita uns três meses antes. O que Paulo tem em mente é esclarescido pelo contexto, começando com o verso 1. O Apóstolo chama o corpo atual de “casa terrestre” ou “tabernáculo”, na qual casa a melhor das existências é um gemido angustiado. Sua esperança não é ser despido deste corpo mortal, mas ser revestido, “para que o mortal seja absorvido pela vida” (verso 4). Ora, em I Coríntios 15:52-54 Paulo deixa claro que o mortal será revestido da imortalidade em duas, e unicamente duas, circunstâncias:




2º) Os que estiverem mortos “ressuscitarão incorruptíveis”. Para Paulo, que esperava estar vivo por ocasião do advento de Cristo, preferir deixar este corpo mortal e estar com o Senhor era apenas outra maneira de expressar sua esperança de ser revestido de imortalidade sem experimentar a morte, “num momento”.
Essa explicação cuida da passagem em II Coríntios 5. Como, porém, compreender a passagem de filipenses 1:23, onde ele externa o desejo “de partir e estar com Cristo” ? Não implica este texto na existência de uma alma que abandona o corpo e sobe a presença divina?
Sem dúvida, esta é a primeira impressão, ao lermos o texto. Mas primeiras impressões nem sempre são corretas. Se tal fosse verdade, Paulo não teria frisado, nesta mesma carta, a importância absoluta da ressurreição. Paulo que sacrificara tudo “por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus”, ansiava conhecê-Lo ainda melhor e “o poder de sua ressurreição e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua morte; para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos” (Filipenses 3:11). Se houvesse outro modo de estar com Cristo sem ser através da ressurreição, Paulo não colocaria a ressurreição dentre os mortos como alvo supremo de sua carreira cristã.
Aproximadamente doze anos tinham passado desde que Paulo escrevera suas Cartas aos Coríntios. Agora, prisioneiro em Roma, aguardando a qualquer momento a sentença de morte, Paulo ainda punha sua esperança de vida eterna na ressurreição. Mas para quem dorme em Cristo, o intervalo entre a morte e a ressurreição é um só momento, tão rápido como a noite, para quem dorme um sono perfeito. Nesse sentido, à véspera de seu martírio, é que Paulo nutria o “desejo de partir”, isto é, dormir o sono da morte, para logo, como quem acorda surpreso com a luz da manhã, “estar com Cristo”. A morte não tem terror para aquele cuja vida “está escondida com Cristo em Deus”.
Se tudo se dissolve com a morte, se não há uma alma que sobrevive, onde fica nossa identidade individual? Não é a personalidade o que temos de mais autenticamente nosso? Que certeza podemos alimentar de que nossa identidade não se perde ao cerrarmos os olhos na morte?
Não há dúvida de que a morte é a prova suprema da fé. O crente precisa estar preparado para fazer o que os teólogos chamam o “salto da fé”. A perplexidade do ser humano é semelhante à da criança que, de pé junto ao alçapão aberto, ouviu a voz do pai, que do porão escuro lhe dizia: “Salte, meu filho, que eu o tomo nos braços”. “Mas eu não enxergo nada,” replicou a criança. “Não importa, meu filho, eu o vejo”. A criança não mais hesitou e saltou, para ser tomada nos fortes braços do pai. Assim o filho de Deus confia em que os “braços eternos” o receberão; tem a palavra de seu Pai como garantia. Ao exalarmos o último suspiro, “nossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.


Quando Cristo que é a nossa vida Se manifestar, então” nós também seremos “manifestados com Ele, em glória”(Colossenses 3:3-4). Nossa identidade não é obliterada se está oculta “com Cristo, em Deus”. Nossa personalidade, que não pode existir independente do corpo, e que não pode ser identificada com o corpo, é guardada na memória de Deus, que no-la devolverá na manhã da ressureição.
Não são as manifestações espíritas, com sua invocação dos mortos, uma prova palpável de que a alma sobrevive ao corpo?


Nos chamados fenômenos espiritualistas, muito pode ser explicado na base de auto-sugestão, hipnose coletiva, prestidigitação, ou simples fraude. Há admissivelmente um resíduo de fenômenos que não pode assim ser explanado. Esse resíduo de fenômenos que poderiam ser chamados genuinamente sobrenaturais, deve ser comprendido como a atividade de espírito de demônios “capazes de operar sinais e prodígios para enganar”, como disse Cristo, “se possível, os próprios eleitos”. (Apocalipse 16:14 e Mateus 24:24).
O que podemos entender pela expressão “Espírito de Demônios?
Esta expressão bíblica se refere ao que Paulo chama “as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. (Efésios 6:12). Paulo não partilhava da opinião, entretida por alguns hoje, de que não há “ressurreição, nem anjo, nem espírito”.(Atos 23:8). Isto era o que pensavam os saduceus, seus contemporâneos, que podem ser caracterizados como semi-agnósticos. Para Paulo, como para o próprio Cristo, a realidade de Satanás estava além de qualquer dúvida. Nas páginas da Bíblia ele aparece sob várias designações: “diabo”, “príncipe deste mundo”, “príncipe do mal”, “a antiga serpente”; mas sua identidade é sempre a mesma.
Não é ridículo entreter tais opiniões em nosso século de luzes? Qual teria sido a origem de Satanás?





Nunca é ridículo, creia-me, aceitar o que é claramente um ensino bíblico, e, confrontados como somos com o problema da existência do mal, a melhor explicação ainda é a contida nas Escrituras. Ou o mal surgiu como resultado da escolha de um ser moralmente livre, ou Deus seria responsável pela existência do mal, o que patentemente seria um absurdo. A origem de Satanás está ligada à criação dos anjos, entre os quais ele ocupava uma posição de destaque. Na linguagem metafórica do profeta Ezequiel, era esse anjo “um querubim de guarda, ungido”, ocupando posição de honra junto do trono do Altíssimo, “perfeito” desde o dia em que foi criado, até pecar em conseqüência de orgulho desmedido. (Ezequiel 28:13-18).
Se Deus criou esse anjo extraordinário que, Isaías chama de Lúcifer (Isaías 14:12-14), anjo este que caiu em pecado, não permanece Deus ainda responsável pela origem do pecado, uma vez que o criador é onisciente?
Permita-me uma ilustração. Há muitos anos trás, destroçou-se no céu da Califórnia o avião experimental BFX, com um recorde de velocidade de 4 mil quilômetros horários. Era um laboratório voador em que se testava toda sorte de problemas encontrados na construção de aviões supersônicos. O investimento de capital era simplesmente fabuloso – da ordem de vários milhões de dólares. O BFX foi construído pela companhia North American Aviation. Alguém, desconhecendo as causas do acidente,poderia ter culpado a companhia construtora. “North American construiu…North American é responsável”.Várias investigações foram feitas, e finalmente ficou esclarecido que a culpa do acidente cabia não à construtora do avião, nem ao piloto, que era um dos mais capazes, mas à decisão de um grupo de funcionários da companhia, ansiosos de impressionar a nação e o congresso com um golpe de publicidade. O avião, que pertencia a uma classe inteiramente à parte, devia ser fotografado em formação cerrada, com três aviões menores. Nessas velocidades fantásticas, um dos aviões menores foi simplesmente “sugado” de encontro ao BFX, resultando na colisão fatal. A culpa do acidente não cabia à construtora, mas a alguém que abusou das qualidades extraordinárias do avião por motivo, podemos quase dizer, de vaidade.


O acidente acima projeta luz sobre o problema da origem do mal. Lúcifer foi criado um ser moral livre, dotado de nobres faculdades. Nada impedia, porém, que um ser moral abusasse de sua liberdade e viesse entreter orgulho exorbitante, aspirando a ser “semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:14), ou, como diz Ezequiel mais explicitamente, estimando o seu coração “como se fosse o coração de Deus” (Ezequiel 28:6). Nada compelia Lúcifer a pecar. Não foi defeito algum de sua natureza que criou esse pendor para o mal. Cabe exclusivamente a Lúcifer a responsabilidade de transformar a possibilidade de pecar, implícita na liberdade de um ser moral, em realidade.
Por que não foi Lúcifer, imediatamente extinto, poupando assim ao mundo a devastação do pecado com seu cortejo de sofrimento e morte? Não é Deus todo-poderoso?
Seria presunção imperdoável imaginar que nós, pobres mortais, pudéssemos compreender com meridiana clareza o problema suscitado com a introdução do mal no Universo. Há problemas que a própria Bíblia deixa envoltos no manto do silêncio. Quando as Escrituras não são explícitas no assunto, qualquer tentativa de penetrar o mistério do mal deve ser interpretada como construção provisória do raciocínio humano. Uma sugestão plausível é a seguinte: Tivesse Deus destruído Lúcifer de imediato, sem que a verdadeira natureza do pecado fosse compreendida, então os demais anjos teriam servido a Deus motivados por temor, e não unicamente por amor. Ora, é claro que neste Universo de Deus não deve haver, afinal, outro constrangimento que não o constrangimento do amor. ( II Coríntios 5:14).
Foi Lúcifer, acompanhado, em seu orgulho e rebelião, por outros seres celestiais?
Essa pergunta nos leva de volta ao assunto dos demônios e seu papel nas manifestações espiritualistas. No capítulo 12 do Apocalipse, é-nos dado um rápido vislumbre dessa guerra


no Céu, quand Satanás, como líder da rebelião, arrastou “a terça parte das estrelas do Céu, as quais lançou para terra” (Apocalipse 12:4). No verso 7, as estrelas são identificadas com os anjos, pois lemos: “Houve peleja no Céu. Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos”. Em conexão com o mesmo assunto, o apóstolo Judas fala de “anjos, os quais não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio…” (Judas 6). Por incrível que pareça, houve anjos que, iludidos, escolheram a senda da rebelião e lançaram sua sorte com Satanás. Esses anjos, deformados em seu caráter pelo efeito corruptor do pecado, é que Paulo chama de “espíritos enganadores”, ou “demônios”. (I Timóteo 4:1). Há, conseqüentemente, uma hierarquia do mal a cuja testa está o “príncipe deste mundo”.
É crença de muitos que os espíritos dos mortos é que aparecem nas sessões espíritas. Qual a relação entre os “demônios” e as manifestações espíritas?


Se o homem morre como um todo; se, como ensinam as Escrituras, todas as suas atividades físicas, mentais e religiosas cessam com a morte (Eclesiastes 9:5, 6 e 10), evidentemente não há espírito ou alma que sobreviva ao corpo. O rei Ezequias, arrancado miraculosamente das garras da morte, expressou fielmente o pensamento bíblico em seu salmo de gratidão e louvor: “ A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade os que descem à cova”. (Isaías 38:18). Morte não significa vida sob forma alguma. Morte é efetivamente a cessação da vida, o final de toda atividade humana. Se não há “espíritos dos mortos” em nenhum sentido real, então não são eles que se manifestam em sessões espíritas, mas, sim, “espíritos enganadores” pretendendo ser os mortos invocados. A personificação é tão verossímil que milhares são iludidos. Seria temerário negar a inteligência diabólica que opera por trás dessas manifestações espíritas, diante das quais a mais perfeita dramatização no teatro é como uma imitação de amadores. Satanás e seus anjos estão empenhados em perpetuar a falsidade pronunciada no éden: “É certo que não morrereis”, contradizendo frontalmente a sentença divina: “Certamente morrerás” (Gênesis 3:4 comparar com Gênesis 2:7). Em última análise, toca a cada indivíduo decidir no foro de sua consciência se aceitará como verdadeira a declaração de Deus ou a de Satanás.
E sobre a sessão espírita em Em-Dor, quando o rei Saul invocou o espírito do profeta Samuel? Não diz a passagem em questão que o profeta Samuel de fato apareceu a Saul?










O capítulo 28 de I Samuel, onde se encontra o incidente acima referido, merece um estudo pormenorizado. Se não tivéssemos nenhuma outra referência ao assunto, nas Escrituras, senão a desse capítulo, poderíamos de fato, ficar perplexos. Felizmente não é esse o caso, e nosso dever é compreender uma passagem qualquer à luz do ensino total das Escrituras. A parte deve harmonizar-se com o todo, uma vez que o Espírito Santo presidiu à inspiração do todo.
Preliminarmente, convém notar que a prática pagã de invocar os mortos através de médiuns e adivinhos é expressamente proibida nas Escrituras, e o próprio Saul impôs a observância desse estatuto, no princípio de seu reinado. (I Samuel 28:3). O estatuto em questão encontra-se em Deuteronômio 18:10 e 11, e reza como segue: “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem adivinhos, nem prognosticadores, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos”. Essas práticas eram correntes entre as nações pagãs que ocuparam a Palestina antes dos israelitas, e são citadas como uma razão para seu desalojamento. Eram “uma abominação ao Senhor”, porque faziam de seus adeptos participantes voluntários de uma fraude satânica. O ressurgimento moderno dessas práticas, quase tão antigas quanto a raça, atesta da fascinação que o mistério da morte tem para o homem.
Além disso, o capítulo 28 de I Samuel torna bem claro que Saul, pela persistência obstinada no erro, tinha cortado qualquer possibilidade de comunicação com Deus, que não lhe respondia “nem por sonhos, nem por urim, nem por profetas” (verso 6). Seria, pergunto, crível que Deus, que não mais Se comunicava com Saul pelo que poderíamos chamar os canais normais, fosse permitir que o profeta Samuel, já falecido, aparecesse numa caverna ao chamado de uma médium espírita? Estaria o profeta de Deus sujeito à importunação de alguém cujas atividades eram contrárias às instruções divinas?


O relato dessa estranha sessão, na caverna de En-Dor, torna igualmente claro que Saul não viu Samuel. Apenas a médium teria visto um vulto subindo da terra, o qual Saul interpretou como sendo o profeta Samuel. Causa igualmente espécie que o “espírito” do bom profeta Samuel subisse da terra, em vez de descer do Céu, se é correto o ensino de que a alma dos bons vai para a presença divina, ao morrerem. Acresce a todas essas circunstâncias o fato de as Escrituras declararem que uma razão porque Saul perdeu a vida na inglória batalha do monte Gilboa foi precisamente “porque interrogara e consultara uma necromante” (I Crônicas 10:13), fazendo transbordar com esse gesto iníquo a taça de sua impiedade.
A única conclusão plausível é que a sessão mediúnica de En-Dor foi uma ofensa a Deus; que o que ali ocorreu não teve a sanção divina, porque Deus não permitiria o que uma vez proibira; que o profeta Samuel não compareceu à invocação de uma feiticeira, nem compactuou com uma atividade considerada abominável e pagã, e que todas as palavras que são atribuiídas à Samuel o são apenas num sentido metafórico. O que ocorreu em En-Dor pode melhor ser explicado como a manifestação de um espírito diabólico, que agia sob as ordens do príncipe das trevas, “com todo poder e sinais e prodígios de mentira”. (II Tessalonicenses 2:9). Que um anjo caído assumisse a aparência de um profeta, não é de admirar, pois, como escreveu o apóstolo Paulo, “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz”. II Coríntios 11:14. Mistificação é apenas uma das atividades da grande conspiração do mal.
Como a profecia referente à morte de Saul e de seus filhos, no dia seguinte, pronunciada, por um anjo caído que personificava o profeta Samuel, veio a realizar-se literalmente? Pode Satanás ler o futuro?
Através do profeta Isaías, Deus lança vários desafios aos supostos deuses do paganismo, para que revelem o futuro: “Trazei e anunciai-nos as coisas que hão de acontecer; relatai-nos as profecias anteriores, para que atentemos para elas e saibamos se se cumpriram; ou faze-nos ouvir as coisas futuras. Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses…’ De novo: “Quem há como Eu, feito predições desde que estabeleci o mais antigo povo? Que o declare e o exponha perante Mim. Esse que anuncie as coisas futuras, as coisas que hão de vir”.(Isaías 41:22, 23 e 44:7)
De acordo com estes versos, prever o futuro é uma prerrogativa divina. A Deus, somente, pertence o atributo da onisciência, a qual inclui o conhecimento do futuro. Deus, unicamente, tem em Suas mãos o futuro como um livro aberto. Os pagãos tinham seus oráculos, mas a duplicidade e ambigüidade de seus pronunciamentos são proverbiais. Homens em todos os tempos, e porque não dizer, anjos também, têm procurado levantar o véu que cobre o futuro. Em que pese seu esforço, num Universo povoado por seres dotados do poder de escolha, o futuro permanecerá sempre ambíguo, exceto para Deus. Filósofos têm procurado em vão descobrir as “leis” da história, porque, se leis houvesse, o futuro seria previsível, ao menos em linhas gerais. A história permanece, no entanto, o registro de eventos únicos e irrepetíveis, porque atrás de cada evento há o elemento de novidade oculto na vontade de seres livres.







Nessas circunstâncias, podemos declarar sem hesitação quenão está ao alcance do homem, nem de Satanás, descerrar o véu que cobre o futuro. O desafio divino, feito através de Isaías, nunca foi, nem poderá ser aceito. O máximo que seres finitos podem fazer é arriscar uma opinião inteligente quanto ao futuro. É possível fazer um prognóstico do curso provável dos acontecimentos; mas, entre um prognóstico e uma profecia, há um abismo de diferença. Não é preciso ser profeta para prognosticar que um exército maior e mais bem equipado levará a palma sobre um exército menor e deficientemente equipado, como regra geral. A necessidade de uma ressalva caracteriza toda prognosticação. Mesmo que acrescentássemos a cláusula, “sob comandos comparáveis”, ainda assim não se poderia transformar a prognose em certeza. Há, em qualquer situação humana, muitas variáveis que iludem o observador mais arguto. Era possível prever que quando a Alemanha invadiu a Polônia em 1939, os exércitos de Hitler ganhariam a vitória; mas não era possível afirmar quantos dias decorreriam antes do colapso dos defensores. Consta que Hitler consultava regularmente astrólogos e clarividentes, ao formular seus planos bélicos. Ada impediu, porém, que seus cálculos, quanto à batalha da Inglaterra, falhassem fragorosamente. Nem ele, nem seus assessores, contaram com a incógnita da determinação do povo inglês. Tampouco podiam os melhores estrategistas arriscar a previsão, em 1941, de que as divisões blindadas alemãs, vitoriosas até então, estariam totalmente derrotadas quatro anos mais tarde. De novo as muitas variáveis do problema resistiam a qualquer análise lógica. De igual modo, quando, de acordo com Isaías 41 a 44, Deus desafiou os oráculos do paganismo que predissessem a carreira vitoriosa de Ciro da Pérsia, o silêncio foi geral. O futuro, exceto onde é objeto de uma revelação divina, permanece um livro fechado.
Mas não é verdade que Saul e seus filhos morreram no dia seguinte, conforme a previsão da feiticeira de En-Dor, ou de quem falou por seu intermédio?











Sou da opinião que Satanás, conhecendo muito bem o terreno, o valor dos combatentes, as circunstâncias da batalha, enfim, fez um prognóstico que se provou correto. Conhecia, digamos, 90% das variáveis do problema, e arriscou uma afirmação na base desse conhecimento. Acertou, mas podia ter errado. E aqui está o pivô da questão toda.. Os erros dos adivinhos são esquecidos por conveniência, ao passo que seus poucos sucessos são exagerados fora de toda proporção. Qualquer financista cujas previsões estivessem certas 51% das vezes, poderia enriquecer-se de um dia para o outro jogando na bolsa de valores. A verdade, porém, é que mesmo os peritos erram freqüentemente em matéria de finanças. E Satanás certamente calculou mal quando confrontou Cristo com as tentações no deserto e foi derrotado as três vezes.
A história da predição correta, feita na caverna de En-Dor, foi narrada porque ela encerra uma lição moral, e não para endossar a teoria de que o “espírito” do profeta Samuel, compareceu, intimado por uma pitonisa. Uma vez que Saul estava alienado de Deus, a Fonte de seu poder, não era difícil prever o resultado da batalha no monte Gilboa.
Muitos argumentam que a aparição de Moisés e Elias com Cristo, no monte da transfiguração, é evidência de que os espíritos dos santos sobem ao Céu por ocasião da morte. Há alguma validade nesse argumento?












Não, não há validade alguma. Moisés e Elias constituem dois casos únicos na história bíblica. De Moisés, é-nos dito que morreu e foi sepultado. Excepcionalmente, porém, segundo a passagem pouco conhecida de Judas 9, Moisés foi chamado à vida pelo arcanjo Miguel.
Não tivesse Moisés experimentado uma ressurreição especial, sua sorte não teria sido diferente da de Davi, de quem Pedro afirma que “não subiu aos Céus”. Paulo concorre com o veredicto de Pedro, declarando: “Porque, na verdade, tendo Davi servido a sua própria geração conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para juntos de seus pais e viu corrupção”. (Atos 2:34 e 13:36). Davi, como os demais santos, descansa na sepultura até ouvir a voz do Doador da vida.
Quanto a Elias, o relato bíblico é que foi trasladado, isto é, foi levado para o Céu num “carro de fogo”, sem experimentar a morte. Está, pois explicada, à luz das Escrituras, a presença de Moisés e Elias no monte da Transfiguração. Não foi a alma desses profetas que apareceu a Cristo no monte, mas ambos em pessoa.
Há quem creia que João batista seja Elias reencarnado. Dizem as Escrituras qualquer coisa sobre a reencarnação?
Tanto o termo como o conceito da reencarnação são estranhos às Escrituras. O veredicto bíblico é eloqüente em sua simplicidade: “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez”. (Hebreus 9:27). Uma única é a oportunidade do homem decidir seu destino eterno. “Hoje”, esta presente vida, “é o dia da salvação”. Há urgência no convite divino porque, nesta vida, sela cada qual sua sorte de maneira irrevogável. A idéia da reencarnação é peculiar às religiões da índia, e chegou mesmo a colorir o pensamento do filósofo grego Platão. Mas, tanto a Bíblia como a voz da Igreja cristã, são unânimes em rejeitar essa idéia. Se a alma é a própria pessoa que cessa de existir com a morte, a possibilidade da reencarnação é, por esta mesma razão, excluída.
Quanto a opinião de ser João Batista uma reencarnação do profeta Elias, deixaremos a critério do leitor, depois de fazer as seguintes observações:










Há três passagens que devem ser examinadas a respeito. Uma contém a resposta do próprio João Batista à pergunta que uma delegação de sacerdotes vindos de Jerusalém lhe fez: “És tu Elias? Ele disse: Não sou”. (João 1:21). Esta declaração taxativa devia encerrar o assunto, não fosse uma passagem que parece contradizê-la. Quando João estava encarcerado por ordem de Herodes, Jesus teve oportunidade de dar testemunho da missão de seu precursor perante as multidões: “Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?…Mas, para que saístes? Para ver um profeta? Sim, Eu vos digo, e muito mais que profeta”. Jesus citou a seguir uma profecia de Malaquias, bem familiar a Seus ouvintes: “Eis aí eu envio diante de tua face o meu mensageiro, o qual prepara o teu caminho diante de ti”. (Malaquias 3:1). Nesse sumário de Mateus, Jesus conclui Suas observações, dizendo: “E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir”. (Mateus 11:7-14). Nessa declaração final, Jesus fez uso de outra predição de Malaquais: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor”.(Malaquias 4:5).
Duas possibilidades nos confrontam. Primeira: as palavras de Jesus devem ser tomadas literalmente, criando uma contradição com o testemunho do próprio João Batista, ou a profecia de Malaquias, à qual Jesus se referiu, deve ser compreendida figurativamente. Ora é este segundo sentido que lhe emprestou o anjo, quando anunciou o nascimento de João a seu pai Zacarias: “E irá adiante dEle (de Cristo) no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos”. (Lucas 1:17). Evidentemente, o anjo tem em mente a mesma profecia de Malaquias, e reconhece que esta não requer uma interpretação literal, mas tão-somente figurada. São João cumpriu a predição, vindo no “espírito e poder de Elias”, com o mesmo rigor ascético, com a mesma franqueza, dotado da mesma coragem para denunciar o pecado, tanto entre as massas, como na família de Herodes. O leitor concluirá por si se o texto de S.Mateus 11:14 suporta ou não a idéia da reencarnação.

1º) Os que estiverem vivos, quando soar a “última trombeta”, serão simplesmente “transformados”, isto é, revestidos de incorruptibilidade, “num momento, num abrir e fechar de olhos”;