SEGUNDA-FEIRA, 29 DE DEZEMBRO DE 2008
O Egiptólogo James K. Hoffmeier, da Trinity International University, demonstrou numa pesquisa recente que, ao contrário do que se esperava, o pano de fundo do Êxodo, não é nem de longe, um reflexo das mitologias babilônicas. Seu texto original encontra-se permeado em antigos termos técnicos egípcios que não faziam parte do vocabulário hebraico, muito menos do babilônico usado após o exílio.
Palavras-chave como “cesto”, “junco”, “papiro”, “linho”, “ribeira”, etc. são questionavelmente egípcias e não era de se esperar que um escriba judeu as conhecesse tão bem. Elas só podem ter sido escritas por alguém que morou nas cercanias do Nilo num período anterior ao século VI a.C.
De todas as palavras, no entanto, nenhuma oferece maior pista do que o nome do herói em si. Moisés, longe do que deveria ser, caso se tratasse de uma lenda semita, não é um nome hebraico, mas egípcio. Sua raiz está nos verbos “ms-n”, que significa “nascer ou nascido de”, e “ms-i”, que quer dizer “gerar, dar à luz a”.
Hoje a maioria dos historiadores reconhece o antigo costume egípcio de colocar nas crianças nomes reais em homenagens aos deuses. Assim, os nomes dos nobres eram, em geral, a junção de um verbo (geralmente o verbo ms-n = nascer e o nome de uma divindade. Entre os apelidos deste tipo poderíamos mencionar: Ahmose (“Ah, o deus da lua, nasceu” ou “nascido do deus lua”), Ramose (“Rá, o deus sol, nasceu”), Tutmés (“Thot, outra forma do deus lua, nasceu”) Ptahmose (“Ptah, o deus criador, nasceu”).
Siegfried Julio Schwantes deduz que a "omissão do nome de uma divindade egípcia no nome de Moises explica-se provavelmente pelo fato de que ele renunciou ao culto idólatra quando atingiu a maioridade", por isso seu nome ficou sendo apenas "mose" (Moises) sem o complemento divino que talvez existiu na infância. Essa e realmente uma sugestão bastante plausível, levando-nos a crer que originalmente o líder hebreu teria um deus egípcio acoplado ao seu nome, mas renunciou a esse complemento ao fugir para o deserto. Quem sabe esse deus nao poderia ser o próprio Hapi, o deus do Nilo, de modo que seu nome original fosse Hapimose com o sentido próprio de "nascido do Nilo"? E claro que se trata de uma conjectura e a Bíblia nada diz a esse respeito, mas, sabemos por outras passagens que houve homens e mulheres que mudaram seu nome ao aceitar a missão dada por Deus. Abrão (que passou a ser Abraão) e um caso clássico. Seja como for, o fato do texto correlacionar o nome de Moises (em hebraico Mosheh) com o sentido de "tirado das águas" (Ex 2: 10) ainda não pode ser explicado com absoluta certeza, é somente uma questão de fé!
Baseado no livro "Escavando a verdade", de Rodrigo P. Silva, pags. 94 e 95.
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