terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lei, Graça e Salvação

01/01/2008
 PR. NEUMOEL STINA


Como seres humanos, sempre corremos o perigo de assumir posições extremas. Este perigo ocorre também no âmbito religioso. Sempre quando estudamos a Lei de Deus, precisamos nos precaver de dois erros: 1º) tentar pelos próprios esforços agradar a Deus. Isto resulta numa grande falha que está no senso de justiça própria, onde julgamos obter salvação pelos nossos atos. 2º) é pensar que a fé em Jesus isenta da obediência. Este erro é tão prejudicial como o primeiro. Neste programa vamos tentar compreender este tema tão importante.

Os apóstolos que, inspirados por Deus, escreveram vários livros da Bíblia, nos ajudam a compreender onde está o ponto de equilíbrio neste assunto. Vamos ler o que encontramos em Efésios 2:8 a 10 – “Porque pela graça sois salvos mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feituras dEle, criados em Cristo Jesus, para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.

Se atentarmos bem para o texto, poderemos ver que a primeira declaração é que somos salvos pela graça de Deus, e este dom não vem de nós. Isto coloca de imediato a verdade, que o ato de salvar a humanidade procede de Deus. A salvação portanto é uma dádiva de Deus para o homem.

A salvação não brota a partir do coração humano. Por mais que uma pessoa seja dada a fazer o bem, por mais que suas obras sejam excelentes, a salvação não vem de si mesma. A Salvação é um ato da graça de Deus. Aí prezado ouvinte, você pergunta: O que é a graça divina? E como esta graça atua em nossa vida?

Graça é definida como favor, misericórdia, perdão. A graça é um atributo, uma característa divina exercida para com os seres humanos. Não a buscamos, porque ela nos foi dada por Deus.

Ao cair em pecado, o homem experimentou as amargas consequências da transgressão. Nessa condição, não havia nada que pudesse fazer para modificar a sua situação. Não fosse a intervenção divina, e a humanidade estaria condenada a uma miserável existência e por fim a morte, sem nenhuma esperança de vida.

A graça de Deus que foi primeiramente oferecida a Adão e Eva, e, por extensão à toda humanidade, provê uma porta de saída para a condição pecaminosa do homem. Deus, sabendo que o homem por si só nada poderia fazer, já havia estabelecido um plano para a salvação, caso o pecado entrasse no mundo.

Deus em sua misericórdia executou fielmente o seu plano, e Jesus veio até nós, pagou o preço que o pecado exigia: a morte. Com Sua vida santa e sem pecado, e com Sua morte em sacrifício, Jesus adquiriu o direito de salvar perfeitamente a todos quantos crerem no Seu nome.

Tudo o que Deus poderia fazer para salvar a humanidade da condição de pecadores, Deus realizou. O sacrifício de Jesus foi perfeito e completo. Sua ressurreição, e ascenção confirmam e provam isto.

Assim, o homem, não poderia fazer nada para se salvar, porque era impossível para ele, mas Deus providenciou de maneira maravilhosa. E esta maravilhosa graça Deus oferece a todos. É um presente divino para humanidade.

Somente um amor inexplicável é capaz de executar este plano maravilhoso e oferecer gratuitamente , sem que precisemos fazer absolutamente nada. Agora, nós que fomos criados com a capacidade de escolher o que queremos para nossa vida, poderemos ou não aceitar este precioso presente divino. Está em nós aceitar ou não este sacrifício de amor.

Afirmamos que receber da graça de Deus a salvação em Cristo Jesus, sem acrescentar a isto qualquer coisa mais, é o único meio que a Biblia apresenta, pelo qual devemos ser salvos .

Agora que entendemos que somos salvos gratuitamente quero perguntar: O fato de termos sido agraciados com a salvação em Jesus, elimina ou isenta a vida de obediência do crente?

A segunda parte do texto lido no princípio esclarece a nossa pergunta. Nos é dito que, somos feitura de Jesus, criados para boas obras, preparadas por Deus para andarmos nelas.

O fato de termos recebido a salvação em Cristo Jesus pela fé, não isenta de termos uma vida de obediência.

Os mandamentos de Deus retratam o Seu plano de vida, a Sua vontade para o ser humano. Deus deseja que sigamos por esse caminho. Justamente é isso que o homem não consegue fazer separado de Jesus. Mas, quando a pessoa aceita a Sua graça salvadora, não só recebe o perdão dos pecados, mas recebe também poder para viver segundo a vontade do Senhor.

Assim sendo, a vida de obediência não compra a salvação. A vida de obediência é uma consequência natural de alguém que está salvo em Jesus.

Em São Mateus 7:20 a Palavra de Deus nos lembra: “Pelos seus frutos, os conhecereis”. Uma boa árvore frutífera, bem enraizada, deverá produzir bons frutos. Só saberemos no entanto, se assim é, no momento em que ela produzir.

Com o cristão não é diferente. Sua fé se assemelha à raiz. Não pode ser vista. Mas quando a raiz do cristão está bem aprofundada e bem plantanda em Jesus, os frutos surgirão. Os frutos de uma vida segundo a vontade de Deus, são os frutos da obediência.

Uma vida sem Jesus é uma vida vazia. O problema não está na lei. O problema não está em Jesus. A dificuldade não está na obediência. O problema está quando alguns querem obedecer a lei por suas próprias forças, e pensam com isso estar agradando a Deus e tornando-se merecedores da salvação.

A salvação é um presente de Deus. E presente é de graça. Aqueles que aceitam este precioso presente, que é o perdão divino, passam a viver uma vida de conformidade com a vontade do Senhor. Deus também dá poder para que se possa ter uma experiência vitoriosa.

Quando isso acontece como resultado da presença de Jesus na vida, a obediência não é exercida para salvar. Mas como consequência, como resultado de um coração renovado, e salvo pela graça do Senhor Jesus Cristo.

Quando nos tornarmos semelhantes a Jesus, nossa conduta refletirá o retrato do nosso relacionamento com o Salvador. A obediência não se tornará um fardo, e sim alegria. O cristão sabe que os mandamentos de Deus não são pesados, e que, como um Pai amoroso, que só deseja o bem dos seus filhos, nosso Pai celestial jamais nos pediria algo que não fosse para nos tornar felizes. Que possamos refletir o amor de Cristo, e que nossa vida produza o suave perfume que emana de Jesus.

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