segunda-feira, 19 de maio de 2014

O PAPIRO DE IPUWER E AS DEZ PRAGAS DO EGIPTO


PAPIRO IPUWER

O Papiro Ipuwer Ou Lamentações de Ipuwer é um antigo papiro Egípcio. É atualmente mantido na Rijksmuseum van Oudheden de Leyden, naHolanda. Está marcado Papiro de Leiden I 344 recto.
O manuscrito data do Império Novo (século XIII aC) como provável uma transcrição de um texto anterior do século XIX e XVII aC sobre o Primeiro Período Intermediário [1]
Seu primeiro proprietário (Anastasia) afirma que ele foi encontrado em Memphis em torno das pirâmides de Saqqara. (The Age of Chaos. Velikoski) descreve uma série de desastres naturais e agitações sociais que entram no Memphis Unido, puxando uma visão sombria do Egito, provavelmente objetivo da situação sócio-económica do país no final do Império Antigo. O texto, cujo início está incompleto, uma clara tendência para a instabilidade política provocada pela revolução social e económica no Egito, lamenta ter de ver o país invadido pelos beduínos nómades, o ateísmo, o desespero das crianças e dos adultos, cadáveres que enchem o sagrado rio Nilo de cadáveres, a fúria popular que grassa em arquivos do Estado, a propriedade dos nobres, os túmulos dos faraós, são atribuídas à fraqueza do rei, cuja negligência é abertamente criticada.
Marcos Guterman, analisa o texto do biólogo Roger Wotton, da University College London, divulgado na revista académica Opticon 1826, onde se afirma que “as pragas do Egipto, que desmoralizaram o faraó e acabaram por levar à libertação dos hebreus, tiveram causas naturais” – como resumiu Guterman. A análise do biólogo também foi manchete no Time: “Pragas do Egipto 'causadas pela natureza, não Deus' ”.
Apesar de alardear, o seu estudo é raso e apresenta conclusões fantasiosas. Nada digno da alcunha “ciência”, como garantiu Guterman. A explicação para as dez pragas, que elimina a possível intervenção de Deus, é resumidamente a seguinte:
A verdadeira (e mirabolante) causa das pragasDepois de um período de falta de chuva, aconteceu uma dramática mudança de tempo. Fortes chuvas fizeram com que sedimentos da terra caíssem na água. “Como os sedimentos eram vermelhos, aconteceu uma dramática mudança de coloração do rio”, explica Wotton. Essa é a primeira praga relatada no livro de Êxodo. Segundo o biólogo, o excesso de sedimento matou os peixes, resultando num cheiro desagradável da putrefacção dos corpos.
Por acaso, migrou uma grande quantidade de rãs, que depositaram seus ovos no terreno arenoso, humedecido pela recente inundação. Por ocasião do nascimento dos insectos, houve explosão de rãs no Egipto. O ambiente encharcado, somado aos peixes em estado de putrefacção, torna-se ideal para a proliferação de piolhos (3ª praga) e moscas (4ª praga). Essas moscas, por sua vez, em busca de sangue para se alimentar, vão ao encontro dos animais e do homem, espalhando infecção por todos os lados. Acontece então a peste nos animais (5ª praga) e as úlceras nos humanos (6ª praga). De acordo com Wotton, foi nesse tempo também que os gafanhotos foram em busca de comida e devoraram as plantações dos egípcios (8ª praga).
Após estes acontecimentos, teria acontecido um aquecimento na região, a mudança repentina das massas de ar que teria gerado chuva de granizo (7ª praga). Este seria também o tempo das trevas (9ª praga) que cobriram o Egipto. A Bíblia, entretanto, fala de três dias de escuridão total. Wotton sugere a possibilidade de serem “dias míticos”, com duração diferente do que conhecemos hoje.
Por fim, Wotton assume não ter posição definida quanto à morte dos primogénitos (10ª praga), mas arrisca: eles podem ter morrido por alguma doença infecciosa.
É interessante como hoje, pessoas ilustres e académicos podem se dar ao luxo de escrever devaneios e chamarem isso de Ciência (com letra maiúscula).
Como surgem os mitos
Para Wotton, o mítico foi somado à história original da libertação de Israel, porque “este é um relato escrito gravado seguindo gerações de transmissão verbal, com a inevitável distorção dos resultados”. Assim teria surgido a lenda.
Acontece que as evidências apontam para Moisés como autor do livro de Êxodo. Assim, não se trataria de uma história passada e repassada, mas escrita por uma testemunha ocular – e mais que isso, o protagonista.
Duas vezes o livro de Êxodo declara que Deus falou a Moisés para escrever os acontecimentos ou as leis num livro (17:14; 34:27) e também diz que “Moisés escreveu todas as palavras do Senhor” (24:4). Estas reivindicações internas também são encontradas em outros livros do Antigo e Novo Testamento.
Outros argumentos a favor da autoria mosaica: (1) todo o Pentateuco – formado pelos cinco primeiros livros da Bíblia e que são atribuídos tradicionalmente à autoria de (MOISÉS COM AS TÁBUAS DA LEI) Moisés – contém características idênticas de estilo e essas peculiaridades são ao mesmo tempo distintas do restante do Antigo Testamento; (2) em todo o esboço de Êxodo, nota-se que o livro foi composto e planeado por uma única mente e não se trata de uma obra grosseira de retalhos; (3) devido às vívidas descrições do texto, o autor foi claramente uma testemunha ocular dos eventos; (4) o autor informa costumes detalhados do povo de Israel e demonstra íntimo conhecimento da terra e da rota do êxodo, o que corrobora a ideia de que o autor era um judeu educado, que em algum momento viveu no Egipto (ver Act 7:22) e que era familiarizado com parte da Península do Sinai; (5) o Pentateuco contém a maior percentagem de palavras egípcias de todo o Antigo Testamento e arcaísmo que remetem o texto ao tempo da 18ª Dinastia, a época mais provável em que Moisés viveu.
Quando a Galileu também desvendou o mistério
Em “Arqueologia da Bíblia”, reportagem da revista Galileu em Abril de 2004, o assunto das dez pragas também foi analisado. A explicação do milagre também é bastante hipotética. Leia abaixo o texto como foi publicado.
Pode ter ocorrido na época uma sucessão de catástrofes ecológicas encadeadas, que teriam começado com a poluição do Nilo por partículas de terra vermelha associadas a algas nocivas. A poluição teria forçado rãs e sapos a saírem para terra firme e morrerem de fome, deixando moscas e mosquitos livres para se reproduzirem. A mortandade dos animais e as úlceras estariam ligadas a doenças transmitidas pelas moscas e mosquitos. A escuridão seria uma chuva de granizo particularmente forte, na qual a areia húmida se tornou depósito de ovos de gafanhotos. A morte dos primogénitos estaria ligada a toxinas produzidas nos cereais armazenados em virtude da chuva. Como os primogénitos eram os filhos mais importantes, provavelmente teriam sido os primeiros a alimentar-se, ingerindo os grãos contaminados.
Flavio Josefo, historiador judeu do I século d.C., na sua obra Josefo contra Apion, menciona dois sacerdotes egípcios: Maneto e Queremon que em suas histórias sobre o Egipto nomearam José e Moisés como líderes dos hebreus. Também confirmaram que migraram para a "Síria sulista", nome egípcio da Palestina.

MUSEU DO CAIRO.
Sappho poem an old age
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PAPIRO ARTEMIDORO



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